
Mariana Ciscato
A mesa redonda “Jornalismo Regional, novas tecnologias e mídias sociais” marcou o segundo dia do 7º Simpósio de Jornalismo da Unimep, com a presença dos profissionais Venceslau Borlina Filho (Folha de S. Paulo/Campinas), George Aravanis (TodoDia), Carolina Rodrigues (CBN Campinas) e mediação de Erich Vicente (A Tribuna Piracicabana). Os expositores contaram suas experiências e como encaram os desafios que surgem com as novas tecnologias.
Abrindo o debate, a apresentadora da CBN relatou como foi o processo de ascensão da internet em sua carreira. Segundo ela, a interatividade entre a rádio e os ouvintes aumentou muito com a chegada das redes sociais. Entretanto, veículos como o rádio buscam sempre reformular seu modo de passar e receber a informação. “O Whatsapp hoje é a principal forma de obter informações que a gente tem na CBN, porque o ouvinte de onde ele está nos informa do acidente que aconteceu, do problema do bairro dele… Ele tira foto, manda vídeo, grava áudio” citou Carolina.
Além do aplicativo, a rádio CBN conta com o Facebook, Twitter, o próprio site. E tem um novo recurso, o News Truck, um estúdio móvel instalado em um caminhão adaptado. “Está ficando cada vez mais desafiador, porque você tem interatividade o tempo inteiro, no celular, no computador, nas nossas páginas pessoais e agora ao vivo pra pessoa” completou.
Já para Aravanis, editor executivo do jornal Todo Dia, “a crise [dos jornais] é uma oportunidade de experimentação” e há mais espaço para criar matérias menos tradicionais. Para ele o jornal impresso está tentando sobreviver nessa nova sociedade, conectando-se com as mídias sociais.
No Facebook, ele enxerga os leitores como um público a ser conquistado. “São pessoas que não tem o hábito de ler jornal”, mas que já tem o acesso à informação. “Eles serão pessoas que vão pagar pela informação? Vão, se sentirem que aquilo vale a pena. Esse é o nosso desafio hoje”, ponderou.
Borlina, que hoje é correspondente da Folha de S. Paulo em Campinas, compartilhou sua experiência em vários veículos, relatou histórias que viveu, e matérias que realizou. E mostrou sua opinião sobre a expansão da tecnologia: “Fonte é olho no olho”. Para ele muita gente pega informação da internet, mas isso ainda não é o melhor método, é preciso buscar mais a fundo.
Na presença dos alunos de todos os semestres do curso de Jornalismo, ele deixou uma dica: “Comecem a trabalhar logo no início, como estagiários: ganhando pouco e ralando muito, isso é fundamental para que, quando vocês se formarem consigam entrar no mercado de trabalho”.
As atividades do Simpósio seguem na quinta-feira, 23, com a conferência “Os desafios do jornalismo contemporâneo”, ministrada por Florestan Fernandes Junior (TV Brasil).